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FAB lança paraquedistas do KC-390 a grande altitude pela primeira vez

O voo eleva a capacidade operacional da aeronave KC-390 Millennium e exige uso de equipamento específico para garantir segurança em altitude extrema
Publicada em: 02/06/2025 15:07
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Fonte: Agência Força Aérea, por Tenente Wanessa Liz
Edição: Major Aviador Rodolfo - Revisão: Major Aviador Rodolfo

   O Salto Livre foi a modalidade usada na quinta-feira (29/05) para realizar a demonstração operacional do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento, o Para-Sar, da Força Aérea Brasileira (FAB) e das Brigadas de Infantaria (Bda Inf) do Exército Brasileiro (EB). Em um feito inédito, os paraquedistas foram lançados das aeronaves KC-390 Millennium a partir de uma altitude de mais de 12.000 pés (aproximadamente 3.650 metros), reforçando o preparo, a tecnologia e a versatilidade operacional da FAB em cenários de alta complexidade.

O salto, coordenado por militares altamente treinados, simboliza não apenas um avanço tático, mas também a ampliação das capacidades de infiltração aérea em operações reais. Operar em altitudes elevadas exige planejamento rigoroso e protocolos específicos, entre eles, o uso obrigatório de máscara de oxigênio.

"A emoção de realizar o primeiro salto a partir da aeronave KC-390, acima de 12 mil pés, é algo único. Trata-se de um salto mais complexo, diferente do que estamos acostumados, por ser feito em grande altitude e exigir o uso de oxigênio suplementar. Esse tipo de lançamento é essencial em operações de infiltração, pois permite que a aeronave voe em níveis elevados, reduzindo a chance de ser avistada, e possibilita que as tropas cheguem ao terreno de forma discreta", relatou um dos militares do Para-Sar.

"Em voos de grande altitude, é fundamental o uso de oxigênio suplementar por meio da máscara de oxigênio. Isso porque, quanto maior a altitude, menor a pressão atmosférica o que reduz a disponibilidade de oxigênio no ar e aumenta o risco de hipóxia, condição que pode comprometer as capacidades físicas e cognitivas dos ocupantes da aeronave", explicou a médica do Primeiro Esquadrão do Primeiro Grupo de Transporte (1º/1º GT) - Esquadrão Gordo -, Capitão Médica Aline Zandomeneghe Pereira Franco.

Em operações de lançamento de paraquedista, o papel do piloto vai além de conduzir o avião. É ele quem garante a estabilidade do voo, segue a rota traçada com precisão e monitora variáveis como altitude, velocidade e clima. Toda essa atenção aos detalhes é essencial para que os militares saltem no ponto certo, com segurança e dentro do tempo previsto.

O Piloto do Esquadrão Gordo, Capitão Aviador Arthur Corrêa Lima de Araújo, comentou sobre o uso da máscara de oxigênio para este tipo de missão. "A importância desse tipo de voo está justamente no uso do oxigênio suplementar, que permite operar em altitudes mais elevadas. Com isso, é possível realizar lançamentos de paraquedistas em níveis que, sem o auxílio do oxigênio, não seriam viáveis. Essa capacidade representa uma vantagem tática para a Aviação de Transporte, pois possibilita o lançamento de tropas em áreas hostis, reduzindo a chance de avistamento da aeronave, graças à maior altitude de voo", finalizou.

Fotos: Sargento Müller Marin / CECOMSAER